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Enfermeiros param serviços nos postos

19/03/2013

"Enfermeiros param serviços nos postos

Os enfermeiros fizeram protesto ontem, em frente à prefeitura e pararam os serviços nos postos de saúde A paralisação dos auxiliares e técnicos em enfermagem iniciada ontem piorou a situação de hospitais e postos de saúde de Teresina, já prejudicado desde o início da greve geral dos servidores há 29 dias. Apenas 30% do quadro de profissionais estão sendo mantidos nos hospitais, já nos postos de saúde os serviços estarão suspensos até segunda ordem. A ausência dos servidores foi sentida, principalmente, pela população que enfrentou a longa espera por atendimento. A greve inicialmente iria durar três dias, porém, após reunião ontem, deve ocorrer por tempo indeterminado.

No Hospital de Urgência de Teresina (HUT), pacientes reclamam da demora no atendimento e da falta da realização de alguns procedimentos. Desde as 4 da manhã de ontem, a dona-de-casa Antonia Farias aguardava a realização de raio X do filho, mas até as 11 horas ele não havia sido atendido. "Tem muita gente esperando e falta funcionário, enfermeiro, os médicos não dão conta de atender todo mundo. Está muito ruim. Eles querem o direito deles, mas quem sofre é a gente que precisa de atendimento", reclama.

A mesma situação foi detectada no Hospital do Buenos Aires, onde longas filas eram vistas na porta das salas de atendimento. Do lado de fora do hospital, a dona-de-casa Mariana da Silva esperava desde as 7 horas que o marido fosse atendido. "Meu marido está lá na fila, mesmo sentindo dor no corpo, febre e tontura. Fazer o quê? Só quem sofre é a gente que é pobre", diz.

No setor de Pediatria, o empresário Rafael Christian Pereira perdeu a conta das horas até que o filho, de quatro anos, que reclamava de dor no ouvido fosse chamado. "Tem muita gente ainda para ser atendida e vou ter que esperar mais ainda, porque o atendimento está mais demorado que o de costume", afirmou.

Mais de dois mil enfermeiros e técnicos de enfermagem aderiram à paralisação que iria durar três dias. Após reunião realizada na manhã de ontem, em frente à sede da Prefeitura Municipal de Teresina, os servidores decidiram por aderir ao movimento grevista.

Eles reivindicam reajuste salarial de 22,5%, criação do Plano de Cargos e Salários, além de aumentar as gratificações do Programa Saúde da Família, que segundo o vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), Erick Riccely, estão congelados há oito anos. "Tentamos várias vezes conversar com a prefeitura, mas não está tendo resultado e nossa reivindicação é legítima. Tem técnico de enfermagem que recebe R$ 578, mesmo que o mínimo, com plantões que pagam apenas R$ 16. A situação está insustentável", aponta.

Em nota, a assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar de Teresina explicou que a prefeitura no momento passa por limitação financeira, mas que está tentando um acordo com os grevistas. Segundo a Fundação, a Prefeitura já pagou R$ 10 milhões de direitos trabalhistas dos servidores municipais, relativos à administração do ex-prefeito Elmano Férrer. Isso, em menos de três meses da atual gestão. Além do mais, a data-base da categoria é apenas em maio, portanto, não há sentido em paralisar as atividades agora.

"A Prefeitura de Teresina está fazendo todo o possível para atender aos servidores, mas há uma limitação financeira nos cofres municipais, em função de uma dívida de mais de R$ 200 milhões deixada pela gestão anterior", diz a nota."

Fonte: Cofen.com

Imagem: Diariodopovo-pi.com