
PT orienta diretórios a manter alianças com o PSB nos Estados
26/03/2013
"PT orienta diretórios a manter alianças com o PSB nos Estados
Por Cristiane Agostine e Raphael Di Cunto | De São Paulo
Na primeira reunião para traçar estratégias eleitorais para 2014, o PT orientou os diretórios a não romper a aliança com o PSB nos Estados. O comando do partido colocou em xeque a pré-candidatura à Presidência do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, ao analisar as dificuldades do pernambucano para viabilizar palanques regionais. Para petistas, ainda é possível demover Campos da ideia de lançar-se.
Na avaliação feita por dirigentes do PT, o governador de Pernambuco não tem palanque em colégios eleitorais importantes como São Paulo, Minas e Rio. A base de Campos estaria em Pernambuco, Ceará e Paraíba.
O presidente do PT, deputado Rui Falcão (SP), afirmou que a prioridade do PT é "manter os partidos que estão na base" e atrair PSD e PTB. " O PSB integra a base e a expectativa é que continue assim", disse, em entrevista na sede do PT, em São Paulo.
Para o secretário de Comunicação do PT, Paulo Frateschi, as conversas com Campos têm de ser mantidas. "Ele tem de avaliar sua força nos Estados. Não pode se arriscar a ser uma linha auxiliar do PSDB, só para forçar o segundo turno", disse.
Dirigentes do Nordeste, no entanto, disseram que a candidatura de Campos é irreversível e alguns defenderam o rompimento com ele. Fora do Nordeste, o presidente do diretório do Rio Grande do Sul, deputado Raul Pont, classificou a possível candidatura de Campos como "inoportuna" e disse que os reflexos da possível ruptura entre PT e PSB já são sentidas no Estado, além do Ceará e Pernambuco.
No Rio Grande do Sul, o PSB, que ocupa a vice do governador Tarso Genro (PT), articula-se para ter candidatura própria, contra a reeleição do governador.
Na discussão sobre os cenários para 2014, o presidente do PT afirmou que a ex-Senadora Marina Silva, ex-petista, também tem enfrentado dificuldade para conseguir viabilizar palanques nos Estados.
No encontro de ontem, com dirigentes de 25 Estados e do Distrito Federal, um dos principais temas foi o desgaste entre PT e PMDB no Rio de Janeiro.
O presidente do diretório estadual do Rio, Jorge Florêncio de Oliveira, disse que a pré-candidatura do Senador Lindbergh Farias ao governo do Rio é irreversível. O Senador é alvo de denúncias de recebimento de propina quando foi prefeito de Nova Iguaçu, entre 2005 e 2010. Lindbergh nega a suposta irregularidade e petistas atribuem as denúncias ao PMDB.
Demonstrando irritação com as denúncias, o presidente do diretório disse que o partido falará com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e afirmou que o PT foi fundamental para a eleição do governador.
Ao deixar o encontro, o presidente do PT paulista, deputado Edinho Silva, disse que a sigla deve definir o candidato ao governo estadual até junho. Entre os cotados estão os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Alexandre Padilha (Saúde), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Guido Mantega (Fazenda).
Padilha evitou falar ontem sobre sua eventual candidatura em 2014 e disse que pretende ficar no ministério até o fim do governo da presidente Dilma Rousseff. O ministro afirmou que está dedicado "total e exclusivamente" ao governo federal, depois de participar de um almoço com empresários em São Paulo."
Fonte: Senado.gov
Imagem: 1.bp.blogspot.com